... e muito menos seriedade.
Nem todos admiram os produtos em função da marca, o que torna o caso ainda mais horroroso.
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Depois de gostar de determinado relógio, descobri ser uma daquelas maravilhas que só Christian Dior poderia fazer. Paguei e levei, não pela marca, pois já comprei relógios ali na esquina que me encantaram da mesma forma.
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Após dois meses de pouco uso, retiro do pulso tal obra prima e descubro que estava sem aquela tampa traseira que apenas um relojoeiro consegue retirar e, mesmo assim, com a ajuda do instrumento próprio para isso. Ou seja, o relógio tinha um defeito de fabricação que não prendia a tampa traseira, que sabe-se lá onde ou quando caiu, nunca mais se viu.
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A respeitável peça, defeituosamente incompleta, atravessou o Atlântico para ser analisada na França, afinal ainda estava na 'garantia', o que não seria necessário se custasse o preço normal de qualquer relógio.
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Passaram-se três meses de espera - afinal Christian Dior merece respeito - e fui informada de que a garantia não se responsabilizaria pelo desaparecimento da tampinha traseira, pois, se desapareceu, a culpa era minha (uma desmazelada, devem ter pensado) e não do digníssimo fabricante. Como se atreveria - vejam só ! - uma brasileira culpar tão renomada Dior por qualquer defeito de fabricação? Portanto, a tampinha custaria a ninharia de R$ 554,00. Pelo preço, suponho que estaria incluída a viagem de ida e volta à Europa .
Mas, temos que admitir, esse tipo de defeito de fabricação é tão incomum que apenas tão importante marca poderia cometer. Quem é considerado melhor que os outros, os supera até mesmo nos defeitos.
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Como a tampa traseira de tão viajado relógio jamais desapareceria se não houvesse defeito de fabricação, precisamos mostrar a eles, que nem todo brasileiro e imbecil. Ou pensam que sua falsa respeitabilidade nos intimida ?
E aí está o valor dos relógios ali da esquina
que sempre me encantaram.
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PARA VARIAR, VEMOS AGORA UM DEBOCHE INTERNACIONAL.
PARA VARIAR, VEMOS AGORA UM DEBOCHE INTERNACIONAL.